Neste verão europeu, a cidade de Zurique, em parceria com a Universidade de Zurique, inicia um estudo pioneiro sobre o uso recreativo regulamentado da cannabis. Intitulada “Züri Can — Cannabis with Responsibility”, a pesquisa avaliará os impactos e as possibilidades de um modelo de consumo controlado entre 2.100 participantes selecionados.
Desde 2011, a Suíça permite a venda de cannabis medicinal com teor de THC inferior a 1%. Em 2013, o país descriminalizou a posse de pequenas quantidades para uso pessoal, embora consumidores flagrados com menos de 10 gramas ainda possam ser multados.
A nova iniciativa representa um marco importante para a política suíça de drogas, uma vez que busca embasar decisões legislativas em dados científicos. O objetivo dos autores do estudo é fornecer evidências concretas sobre como o consumo regulamentado de cannabis pode afetar a saúde pública, a segurança e o comportamento social.
O movimento na Suíça ocorre em um momento em que a legalização da cannabis ganha impulso em toda a Europa. Na Alemanha, um projeto de lei está prestes a ser apresentado com o intuito de reclassificar a maconha — que já é amplamente descriminalizada no país — deixando de considerá-la um narcótico. A proposta permitirá que adultos maiores de 18 anos portem até 30 gramas de cannabis para uso pessoal, cultivem até três plantas em casa e adquiram produtos em pontos de venda licenciados.
Na França, um programa experimental está em andamento com previsão de conclusão até março de 2024. O estudo oferece tratamento gratuito com cannabis medicinal a 3.000 pacientes. Embora o país ainda mantenha uma abordagem rígida quanto ao uso recreativo, as políticas têm se tornado mais flexíveis. Em 2018, por exemplo, foi aprovada uma nova regulamentação que reduziu a pena por posse de maconha para uma multa de aproximadamente 200 euros.
Além de Zurique, outros estudos científicos sobre o uso da cannabis estão programados para ocorrer em diversas cidades suíças, como Basel, Berna, Lausanne, Genebra, Biel, Thun, Olten e Winterthur. A expectativa é que essas pesquisas em conjunto sirvam de base para o desenvolvimento de políticas públicas mais eficazes e alinhadas às evidências científicas.
Com informações Cannabis Medicinal.