A Comissão de Assuntos Sociais do Senado Federal aprovou a realização de mamografias pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para mulheres a partir dos 40 anos de idade. A medida segue a recomendação da Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), que defende o início do rastreamento do câncer de mama nessa faixa etária.
Estudo apresentado pela SBM durante a ASCO 2024 revela que, entre 2013 e 2022, apenas 22% das mulheres entre 40 e 49 anos realizaram mamografias pelo SUS. Ainda mais preocupante é o fato de que 54% dos diagnósticos nessa faixa etária ocorreram nos estágios mais avançados da doença (estadios III e IV).
Atualmente, o SUS oferece rastreamento prioritário para mulheres entre 50 e 69 anos, grupo em que 33% passaram por mamografias no mesmo período, com 48% dos casos também detectados em estágios avançados. O Brasil dispõe de 6.550 mamógrafos em operação, número considerado suficiente para atender à nova demanda.
A proposta também contempla mulheres a partir de 30 anos com histórico familiar da doença em parentes de até segundo grau. A estimativa da Consultoria de Orçamentos do Senado é de um acréscimo de R$ 100 milhões no orçamento de 2026, considerado viável frente aos benefícios em saúde pública.