Um levantamento realizado pela Afya revelou que 39,8% dos médicos brasileiros convivem com transtornos mentais, incluindo ansiedade, depressão e síndrome de burnout. O estudo, intitulado Qualidade de Vida dos Médicos, foi conduzido entre julho e agosto de 2024 e entrevistou mais de dois mil profissionais em todo o país.
Os resultados também apontam que 3,6% dos médicos já precisaram de internação em decorrência de questões ligadas à saúde mental, com afastamentos que tiveram, em média, mais de cinco semanas de duração.
A faixa etária entre 25 e 35 anos é a mais afetada, com quase metade dos profissionais relatando sintomas compatíveis com algum transtorno. Além disso, o recorte de gênero evidencia que a maioria dos casos foi registrada entre mulheres.
Entre os transtornos mais relatados, a ansiedade lidera, seguida pela depressão e pelo burnout. Ainda assim, muitos profissionais diagnosticados não procuram acompanhamento médico, o que agrava o quadro.
Principais sintomas de ansiedade
- Preocupações, tensões ou medos exagerados, com dificuldade para relaxar.
- Sensação constante de que algo ruim ou um desastre está prestes a acontecer.
- Preocupações excessivas com saúde, dinheiro, família ou trabalho.
- Medo intenso e desproporcional diante de objetos ou situações específicas.
- Medo exacerbado de ser humilhado em público.
- Falta de controle sobre pensamentos, imagens ou atitudes repetitivas.
- Pavor persistente após situações muito difíceis ou traumáticas.
Segundo os autores, fatores como sobrecarga de trabalho, longas jornadas, pressões do ambiente profissional e o estigma em torno das doenças mentais contribuem significativamente para a alta prevalência desses quadros.
O estudo conclui que a saúde mental precisa ser encarada como parte essencial das condições de trabalho na medicina, reforçando a necessidade de políticas de prevenção, acolhimento e maior acesso a suporte psicológico para os médicos.