O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) recebeu alta hospitalar na tarde desta quarta-feira (17), após ser internado no DF Star, em Brasília, com crises de soluço, vômito e pressão baixa. Durante a internação, exames confirmaram a presença de duas lesões compatíveis com câncer de pele.
Segundo o médico Claudio Birolini, chefe da equipe cirúrgica que acompanha Bolsonaro, um procedimento realizado no domingo (14) removeu oito lesões de pele. O laudo apontou a presença de carcinoma de células escamosas in situ em duas delas.
Câncer de pele no Brasil
De acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), o câncer de pele corresponde a cerca de 33% de todos os diagnósticos oncológicos no país, somando aproximadamente 185 mil novos casos por ano, segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca).
A doença é caracterizada pelo crescimento anormal e descontrolado das células da pele. Os tipos mais comuns são:
- Carcinoma basocelular (CBC): surge nas células basais, localizadas na camada mais profunda da epiderme. É o tipo mais frequente, de baixa letalidade e curável quando diagnosticado precocemente.
- Carcinoma escamoso (CEC): segundo mais comum, afeta as células escamosas da epiderme, geralmente em áreas expostas ao sol, como rosto, couro cabeludo e pescoço.
- Melanoma: menos frequente, porém mais agressivo e com maior índice de mortalidade. Quando identificado precocemente, as chances de cura chegam a 90%. Geralmente se apresenta como uma pinta ou sinal escuro na pele.
Sintomas
O câncer de pele pode ser confundido com lesões benignas. O diagnóstico é feito por meio de exame clínico e biópsia. Os principais sintomas incluem:
- Manchas que coçam, descamam ou sangram;
- Pintas ou sinais que mudam de tamanho, forma ou cor;
- Feridas que não cicatrizam em até quatro semanas.
Em casos de melanoma metastático, os sinais podem variar conforme a região afetada, como nódulos na pele, inchaço dos gânglios linfáticos, falta de ar, tosse, dores abdominais ou de cabeça.
Tratamento
O tratamento depende do tipo e da extensão da doença. Nos estágios iniciais, a remoção cirúrgica da lesão pode ser feita em nível ambulatorial. Em casos mais avançados, podem ser necessárias radioterapia e quimioterapia.
Nos melanomas metastáticos, o Ministério da Saúde aponta que novos medicamentos vêm apresentando altas taxas de sucesso terapêutico. O objetivo do tratamento é retardar a progressão da doença e ampliar a sobrevida dos pacientes.