O Ministério da Saúde anunciou a criação do Instituto Tecnológico de Medicina Inteligente (ITMI-Brasil), o primeiro hospital público inteligente do país. A unidade será instalada no complexo do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, em São Paulo, com previsão de início das atividades no final de 2027.
Com 800 leitos dedicados à emergência de adultos e crianças, o hospital atuará em neurologia, neurocirurgia, cardiologia, terapia intensiva e outras urgências. Segundo o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, a proposta é integrar todos os níveis da rede de atenção, da atenção primária à emergência, “garantindo cuidado mais rápido, eficaz e humano, com a tecnologia a serviço do SUS”.
Tecnologia de ponta
O ITMI-Brasil combinará inteligência artificial, ambulâncias conectadas em 5G e telessaúde, com o objetivo de reduzir o tempo de atendimento em casos graves de até 17 horas para apenas 2 horas. O projeto conta com investimento de US$ 320 milhões do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB-Brics) e é fruto da parceria entre o Ministério da Saúde, a USP e o Governo de São Paulo.
Além de atender emergências, a unidade será também um centro de pesquisa e inovação, com foco em saúde digital, engenharia clínica, inteligência artificial, telessaúde e segurança cibernética. O projeto arquitetônico prevê um edifício de 150 mil m², com padrões internacionais de sustentabilidade, soluções logísticas avançadas e ambientes humanizados.
Rede nacional de UTIs inteligentes
O investimento também permitirá a criação de uma rede nacional de Unidades de Terapia Intensiva inteligentes em dez capitais: Belém, Brasília, Belo Horizonte, Fortaleza, Porto Alegre, Rio de Janeiro, Recife, São Paulo, Salvador e Teresina. Nessas UTIs, o monitoramento será em tempo real, com apoio da inteligência artificial para regulação de leitos e tomada de decisões clínicas.
Papel estratégico no Complexo Econômico-Industrial da Saúde
O ITMI integra os investimentos do programa Nova Indústria Brasil (NIB) no Complexo Econômico-Industrial da Saúde e na transformação digital até 2033, que já somam mais de R$ 4,4 bilhões. O objetivo é ampliar a inovação, fortalecer a pesquisa e garantir maior autonomia produtiva para o país.
Expansão do atendimento oncológico
Durante a agenda em São Paulo, o ministro Alexandre Padilha também visitou o Instituto do Câncer Arnaldo Vieira, entidade sem fins lucrativos que oferece todos os leitos ao SUS. No local, anunciou a entrega de um acelerador linear de R$ 10,4 milhões, por meio do Programa Nacional de Apoio à Atenção Oncológica (Pronon). A medida integra o programa Agora Tem Especialistas, que busca ampliar o acesso e reduzir o tempo de espera por atendimento oncológico especializado.