De acordo com o novo relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da Unicef, o Brasil voltou a integrar a lista dos países com maior número absoluto de crianças não vacinadas. O principal indicador foi a cobertura da vacina tríplice bacteriana (DTP), que protege contra difteria, tétano e coqueluche.
Em 2024, 229 mil crianças brasileiras não foram vacinadas, mais que o dobro das 103 mil registradas em 2023. A vacina pentavalente, aplicada aos 2, 4 e 6 meses, e os reforços com a DTP aos 15 meses e 4 anos são essenciais para proteção. Especialistas alertam que o sucesso das vacinas criou uma falsa sensação de segurança, o que tem contribuído para a baixa adesão.
Casos de coqueluche continuam sendo registrados, com mais de 7.440 confirmações em 2024. O tétano, com alta letalidade, manteve uma média de 200 casos por ano desde 2022. A última morte por difteria ocorreu em 2017.
No cenário global, 14,3 milhões de crianças não receberam sequer uma dose da DTP. A cobertura vacinal contra o sarampo também preocupa, com apenas 76% das crianças recebendo a segunda dose. A proteção contra febre amarela está abaixo dos 50% em áreas de risco. Já a vacina contra o HPV avançou de 17% em 2019 para 31% em 2024 entre meninas.
O relatório também destaca o papel fundamental da enfermagem no Brasil: com mais de 35 mil salas de vacina sob coordenação de enfermeiros, esses profissionais são essenciais para garantir o acesso à imunização, sobretudo em regiões de difícil acesso.