“Detox de vermes” viraliza nas redes sociais e médica alerta para riscos e ineficácia

Uma tendência curiosa — e preocupante — tem ganhado espaço nas redes sociais, especialmente no TikTok e no Instagram: as chamadas “limpezas de parasitas” ou “detox de vermes”. Influenciadores afirmam que muitas pessoas estariam infectadas sem saber e sugerem a realização de desintoxicações caseiras com suplementos naturais e enemas (lavagens intestinais) como solução.

O fenômeno nas redes

Uma das vozes mais conhecidas desse movimento é Kim Rogers, que se autodenomina “Rainha dos Vermes”. Ela ganhou notoriedade após postar um vídeo no TikTok relatando o que teria ocorrido quando fez sua própria limpeza parasitária. No conteúdo, Rogers associa sintomas como confusão mental e cansaço extremo à presença de parasitas e, desde então, passou a vender seus próprios produtos “naturais”.

A tendência ganhou ainda mais visibilidade quando a supermodelo Heidi Klum revelou ter iniciado uma limpeza utilizando cápsulas de cravo e sementes de mamão, depois de ver informações sobre o tema no Instagram.

O que são parasitas e como ocorre a infecção

Para esclarecer o assunto, a CNN conversou com a médica Dra. Leana Wen, especialista em saúde e bem-estar, professora na Universidade George Washington e ex-comissária de saúde da cidade de Baltimore.

Segundo Wen, parasitas são organismos que vivem dentro ou sobre um hospedeiro e se alimentam dele para sobreviver. Existem parasitas externos, como piolhos e carrapatos, e internos, como a Giardia e o Cryptosporidium.

Os vermes parasitas — um tipo de parasita interno — vivem geralmente no trato gastrointestinal. A infecção pode ocorrer pela ingestão de ovos ou larvas presentes em alimentos, água ou solo contaminados. Entre os alimentos de risco estão carne de porco ou boi malcozida, peixes de água doce crus e frutas e vegetais não lavados.

Há também a possibilidade de penetração direta pela pele em áreas com saneamento precário, especialmente quando se anda descalço.

Nos Estados Unidos e em outros países desenvolvidos, essas infecções são raras, sendo mais comuns em viajantes que retornam de regiões endêmicas ou em pessoas com contato próximo com animais infectados. No entanto, a Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que, globalmente, cerca de 1,5 bilhão de pessoas — aproximadamente 18% da população mundial — vivam com algum tipo de verme parasita.

Tipos mais comuns e sintomas

No mundo, o verme intestinal mais frequente é a lombriga que causa a ascaridíase. Nos EUA, o mais comum é o oxiúro.

A ascaridíase pode ser assintomática, mas, quando há sintomas, incluem dor abdominal, náusea, vômito, diarreia, sangue nas fezes, perda de apetite e febre. Em casos mais graves, os ovos podem migrar para os pulmões, causando tosse, catarro com sangue ou falta de ar.

A infecção por oxiúros pode provocar dor abdominal, diarreia, vômito e, em alguns casos, coceira anal intensa, capaz de acordar a pessoa durante a noite. Outros parasitas intestinais, quando não tratados, podem levar a desnutrição, anemia, atraso no crescimento infantil e até aumentar o risco de morte materna e neonatal.

Diagnóstico correto é fundamental

O exame mais utilizado para detecção de parasitas é o parasitológico de fezes, que identifica ovos e parasitas. Em alguns casos, exames de sangue, endoscopia ou colonoscopia podem ser necessários.

O que contêm as “limpezas” caseiras e por que não funcionam

As “limpezas” promovidas por influenciadores geralmente combinam ervas, óleos e suplementos com supostas propriedades antiparasitárias, associadas a dietas restritivas que eliminam alimentos gordurosos, açucarados e ultraprocessados.

Embora manter uma alimentação saudável seja benéfico, isso não elimina parasitas. Além disso, suplementos não são regulados como medicamentos e, portanto, não precisam comprovar eficácia antes de serem vendidos.

Nenhuma dessas substâncias é aprovada pela FDA para tratamento de infecções parasitárias.

Tratamento eficaz e seguro

Segundo Wen, existem diversos medicamentos antiparasitários aprovados pela FDA que são seguros e eficazes. Alguns exigem apenas uma dose única, enquanto outros precisam de até três dias de uso.

Três motivos para evitar o “detox de vermes” caseiro

A médica lista suas principais preocupações:

  1. Diagnóstico errado – sintomas como cansaço podem ter outras causas, como distúrbios da tireoide ou anemia.
  2. Risco de tratamento inadequado – se houver uma infecção real, o paciente precisa receber o medicamento correto.
  3. Perigos do uso desnecessário de substâncias – até tratamentos naturais podem causar efeitos colaterais e mais prejuízos do que benefícios.

Orientação final

Wen reforça que, mesmo para quem insiste em tentar essas limpezas, é fundamental consultar um médico antes. É preciso verificar interações medicamentosas e garantir que não haja riscos ocultos.

“Seguir receitas de influenciadores pode resultar em erros de diagnóstico, atrasos no tratamento ou até danos à saúde”, conclui.

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