Mais de 13 milhões de brasileiros convivem com diabetes, uma das doenças crônicas mais prevalentes do país. No Dia Mundial do Diabetes, celebrado nesta sexta-feira (14), o Ministério da Saúde reforça o papel fundamental do SUS no diagnóstico precoce, monitoramento contínuo e acolhimento integral de pessoas com a condição — trabalho que começa na Unidade Básica de Saúde (UBS), porta de entrada do sistema de saúde.
Um exemplo desse cuidado está em Manicoré, no Amazonas, onde o trabalhador rural Delson do Nascimento, de 65 anos, recebe acompanhamento constante por meio da Estratégia de Saúde da Família Ribeirinha (eSFR). Morador de uma comunidade ribeirinha, ele descobriu o diabetes há cinco anos, após episódios de tontura, fraqueza e dificuldades visuais enquanto trabalhava na roça.
“Hoje eu tomo o medicamento certinho e me alimento bem, do jeito que a nutricionista recomenda. Sou muito bem atendido sempre que venho à UBS”, relata Delson, atendido pela equipe multidisciplinar da UBS Manoel Vaz Vieira.
Segundo dados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) 2019, o país tem 12,3 milhões de adultos diagnosticados com diabetes mellitus, correspondendo a 7,7% da população.
Diagnóstico, cuidado e acompanhamento na Atenção Básica
O diabetes mellitus é uma doença crônica causada pela incapacidade do organismo de produzir insulina ou utilizá-la adequadamente. A insulina é o hormônio responsável por regular os níveis de glicose no sangue e permitir que o corpo use esse açúcar como fonte de energia.
O diagnóstico é feito por meio da medição glicêmica, após acolhimento inicial na própria UBS. É nesse espaço que o usuário tem garantido:
- prevenção e detecção precoce;
- tratamento e acompanhamento contínuo;
- controle dos fatores de risco;
- promoção de hábitos saudáveis;
- vigilância e prevenção de complicações.
Entre janeiro e maio de 2025, a Atenção Primária à Saúde registrou mais de 12,6 milhões de atendimentos a pessoas com diabetes, segundo o Sistema de Informação da Atenção Primária à Saúde (Siaps).
Medicamentos e insumos gratuitos
O SUS oferece gratuitamente quatro tipos de insulina — NPH, regular, análoga de ação rápida e análoga de ação prolongada — além de medicamentos orais e injetáveis. Também disponibiliza tiras reagentes, lancetas e seringas, conforme indicação clínica.
Desde fevereiro de 2025, o Programa Farmácia Popular passou a ofertar 100% dos medicamentos e insumos para diabetes de forma gratuita, ampliando o acesso e reduzindo barreiras ao tratamento.
Cuidado contínuo para diferentes perfis de pacientes
O jornalista aposentado João Batista da Silva, de Brasília, vive com diabetes há 12 anos e também faz todo o seu acompanhamento pela rede pública. Ele relata que o cuidado oferecido na UBS próxima à sua casa inclui orientação constante, apoio na obtenção de medicamentos e visitas regulares do agente comunitário de saúde.
“Me sinto bastante acolhido”, afirma João Batista.
Prevenção como prioridade
Além do tratamento medicamentoso, o SUS reforça medidas preventivas recomendadas para todas as pessoas com risco de doenças crônicas, incluindo:
- prática regular de atividade física, conforme o Guia da Atividade Física para a População Brasileira;
- alimentação adequada e saudável, de acordo com o Guia Alimentar para a População Brasileira.
Essas ações, somadas ao acompanhamento contínuo das equipes de Atenção Básica, são essenciais para evitar complicações e garantir mais qualidade de vida às pessoas que vivem com diabetes.

