A Doença de Kawasaki (DK) é uma vasculite primária de causa desconhecida, que acomete sobretudo crianças < 5 anos. O diagnóstico é clínico e, embora os pilares sejam os mesmos, há pequenas variações entre as principais fontes usadas na prática e em provas de residência. Um comparativo recente cotejou SBP (Tratado/2025 e Documento Científico/2020), UpToDate (2024) e AHA (2024) para destacar convergências e nuances úteis à beira-leito.
Núcleo comum dos critérios
- Febre persistente + achados mucocutâneos (conjuntivite não exsudativa; alterações orais e de lábios; alterações em extremidades; rash polimórfico) + linfonodo cervical → formam o alicerce do diagnóstico.
- É indispensável excluir diagnósticos diferenciais que mimetizam DK (ex.: adenovirose, escarlatina, sarampo), sobretudo quando a apresentação é incompleta.
Onde as referências diferem
- AHA 2024: permite diagnosticar com 4 dias de febre; clínicos experientes podem fazê-lo com 3 dias em cenários típicos.
- SBP 2020: aceita ≥ 4 critérios clássicos no 4º dia de febre como suficiente para DK provável.
- Nelson/UpToDate 2024: mantêm a formulação tradicional (“febre por ≥ 5 dias” + ≥ 4 critérios), mas admitindo diagnóstico no 4º dia quando há sinais típicos de extremidades; novamente, experiência clínica pesa em casos muito característicos.
Sinais que não combinam com DK
- Conjuntivite exsudativa, ulcerações orais e exantema vesicular não são compatíveis com o padrão clássico e devem acender o alerta para outras etiologias.
Dica prática
Frente a criança < 5 anos com febre aguda persistente, rash, mucosite e edema/eritrotema em extremidades, pense em DK e investigue de forma proativa – o “shape” clínico é recorrente em provas e no dia a dia.

