Em 2024, as famílias brasileiras gastaram mais de R$ 215,8 bilhões com medicamentos, segundo dados divulgados pela pesquisa IPC Maps, especializada na análise do potencial de consumo no país. O valor representa um aumento de 9,5% em relação ao ano anterior, e a tendência é que os custos continuem subindo com o novo reajuste autorizado a partir de 1º de abril.
O estado de São Paulo lidera o ranking nacional, concentrando cerca de R$ 61,3 bilhões do total gasto com medicamentos. No entanto, foi o Distrito Federal que registrou o maior crescimento proporcional, com alta de 25,9% em relação a 2023. Somente nesta unidade da federação, as famílias destinaram mais de R$ 3,8 bilhões para a compra de remédios.
Expansão moderada no setor farmacêutico
O número de farmácias no país também apresentou crescimento, embora de forma mais gradual. Nos últimos dois anos, foram abertas 4.227 novas unidades, o que representa um aumento de 3,5% no setor. Com isso, o Brasil fechou 2023 com um total de 123.565 estabelecimentos farmacêuticos ativos.
Esse crescimento reflete tanto o aumento da demanda por medicamentos quanto a ampliação do acesso da população a produtos de saúde, especialmente em regiões mais afastadas dos grandes centros urbanos. Ao mesmo tempo, os dados revelam o impacto direto da inflação e dos reajustes de preços no orçamento familiar destinado à saúde.
Perspectivas e desafios
O avanço nos gastos com medicamentos acende um alerta sobre o impacto financeiro da saúde no bolso dos brasileiros. A alta nos preços dos remédios pode dificultar o acesso de parte da população a tratamentos essenciais, especialmente em tempos de maior pressão econômica.
Especialistas reforçam a importância de políticas públicas que ampliem o acesso a medicamentos por meio do Sistema Único de Saúde (SUS) e de programas como o Farmácia Popular, que contribuem para reduzir os custos de quem mais precisa.
Ao mesmo tempo, o crescimento do setor farmacêutico exige atenção à regulação da qualidade dos serviços prestados e ao equilíbrio entre a expansão comercial e a garantia de acesso a medicamentos seguros, eficazes e com preços justos.