A gripe aviária, causada pelo vírus influenza A de alta patogenicidade (H5N1), tem despertado atenção no Brasil após casos confirmados em aves silvestres e de criação. No entanto, segundo especialistas, o risco de infecção para humanos permanece baixo neste momento.
A infectologista Melissa Valentini, do Grupo Fleury, esclareceu em entrevista à CNN que não há, até o momento, registros de casos humanos no Brasil. “Nós não temos nenhum caso humano no Brasil. Os registros são apenas em aves, tanto em zoológicos quanto em unidades de produção”, afirmou.
Apesar da preocupação crescente em algumas regiões, o cenário brasileiro difere significativamente de países como os Estados Unidos, onde o surto está mais avançado. Valentini destacou que o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) norte-americano já contabiliza 70 casos confirmados em humanos. No entanto, todos esses casos ocorreram em pessoas com contato direto com aves infectadas ou, mais recentemente, com rebanhos bovinos contaminados.
“A transmissão entre humanos não foi observada até agora. Os casos registrados envolvem exposição direta e prolongada a animais doentes, o que é um cenário muito diferente do contato comum da população com alimentos ou ambientes públicos”, explicou a infectologista.
Vigilância e precauções
Mesmo com o risco considerado baixo para a população em geral, a especialista reforça a importância da vigilância epidemiológica e da adoção de protocolos de biossegurança, especialmente para profissionais que trabalham em granjas, abatedouros, centros de reabilitação de fauna ou outras áreas com exposição direta a aves.
Valentini recomenda que essas pessoas sigam com rigor as orientações sanitárias, como uso de equipamentos de proteção individual (EPI), higienização frequente das mãos e notificação imediata de sintomas respiratórios em caso de exposição suspeita.
Para a população em geral, não há motivo para alarme. No entanto, são aconselháveis boas práticas de higiene e o cuidado ao manusear ou se aproximar de aves doentes ou mortas. A ingestão de carne de frango e ovos permanece segura, desde que os produtos sejam devidamente cozidos, conforme recomendações dos órgãos de saúde.
As autoridades brasileiras continuam monitorando a situação e, até o momento, não há indícios de circulação do vírus entre humanos no país. O cenário epidemiológico será constantemente reavaliado conforme o avanço das investigações e novos dados forem divulgados.