O Ministério da Saúde aprovou a incorporação da membrana amniótica como tratamento para pacientes queimados no Sistema Único de Saúde (SUS). O material biológico, colhido durante partos cesarianos de forma ética e segura, passa a substituir os curativos tradicionais, representando um avanço no cuidado com vítimas de queimaduras.
A decisão foi anunciada pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec) e resulta de um trabalho pioneiro liderado pelo Banco de Tecidos da Santa Casa de Porto Alegre, com apoio da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (FIERGS) e da Refinaria Alberto Pasqualini (REFAP). A aprovação se baseia em resultados obtidos durante a tragédia da Boate Kiss, em 2013, quando a membrana foi utilizada emergencialmente.
O Banco de Tecidos da Santa Casa é um dos quatro bancos de pele do país e integra a Fundação Gaúcha dos Bancos Sociais (FGBS). Com a nova diretriz, será possível atender um número muito maior de pacientes, superando a limitação atual imposta pela escassez de pele de doadores falecidos.
A regulamentação pelo Sistema Nacional de Transplantes (SNT) é o próximo passo após a aprovação definitiva da Conitec. A medida é considerada um marco histórico pela comunidade médica e social envolvida no projeto.