Pela primeira vez na história da medicina brasileira, as mulheres representam a maioria dos médicos atuantes no país. Segundo a nova edição do estudo Demografia Médica no Brasil (DMB), divulgado em 30 de abril, 50,9% da força médica brasileira é composta por mulheres.
O crescimento da participação feminina é significativo. Em 2010, as mulheres eram 41% dos médicos. A projeção para 2035 aponta que elas deverão representar 56% da profissão. No ensino médico, o cenário é semelhante: em 2010, as mulheres ocupavam 53,7% das vagas nas graduações em medicina, e esse número subiu para 61,8% em 2023.
Apesar da maioria numérica, a representatividade feminina ainda não se distribui de forma homogênea entre as especialidades. Das 55 especialidades médicas regulamentadas no Brasil, apenas 20 são majoritariamente femininas. A dermatologia lidera esse grupo, com 80,6% de médicas.
O estudo foi produzido pelo Departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP), em parceria com o Ministério da Saúde, reunindo dados nacionais e internacionais sobre a formação, distribuição e atuação de médicos, com projeções até 2035.
Entre as especialidades com maior número de profissionais, sete concentram mais da metade (50,6%) dos médicos especialistas no país. São elas:
- Clínica Médica
- Pediatria
- Cirurgia Geral
- Ginecologia e Obstetrícia
- Anestesiologia
- Cardiologia
- Ortopedia e Traumatologia
O levantamento também destaca que a proporção de especialistas no Brasil (59,1%) ainda está abaixo da média observada nos países da OCDE, que é de 62,9%.