A Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) publicou uma atualização das diretrizes sobre dislipidemias — alterações nos níveis de colesterol e triglicerídeos no sangue — trazendo parâmetros mais rígidos para a avaliação do colesterol e novas classificações de risco cardiovascular.
O objetivo das mudanças é reforçar a prevenção contra doenças crônicas que restringem o fluxo sanguíneo e estão entre as principais causas de infarto e acidente vascular cerebral (AVC).
Entre as principais alterações, está a redução do limite considerado ideal para o LDL, conhecido como “colesterol ruim”, em pessoas com baixo risco cardiovascular. O valor passa de 130 mg/dL (2017) para até 115 mg/dL. Para os demais grupos, não houve alteração:
- Risco intermediário: <100 mg/dL
- Risco alto: <70 mg/dL
- Risco muito alto: <50 mg/dL
A grande novidade é a criação da categoria “risco extremo”, na qual o LDL deve permanecer abaixo de 40 mg/dL. Essa classificação considera fatores como histórico familiar de doença cardíaca precoce, obesidade, diabetes e esteatose hepática.
Segundo o cardiologista Bruno Valdigem, ouvido pela CNN, o maior ganho da diretriz está na melhor avaliação de risco e no incentivo a perseguir metas mais rígidas de colesterol ruim, além da incorporação do uso racional de exames de sangue e imagem na prática médica.
Outro ponto importante é que o colesterol não-HDL — que representa todo o colesterol no sangue, exceto o HDL (“colesterol bom”) — passa a ser considerado uma meta coprimária de tratamento junto ao LDL. Para indivíduos de baixo risco, o limite passa de 160 mg/dL para 145 mg/dL, sem alterações para os demais grupos de risco.
Novas metas definidas pela diretriz da SBC:
- Baixo risco: LDL <115 mg/dL (antes <130 mg/dL)
- Intermediário: LDL <100 mg/dL (sem alteração)
- Alto: LDL <70 mg/dL (sem alteração)
- Muito alto: LDL <50 mg/dL (antes <70 mg/dL)
- Extremo: LDL <40 mg/dL (nova categoria)