Na última sexta-feira (2), a atriz mirim Millena Brandão, de 11 anos, faleceu em decorrência de morte encefálica. A jovem, conhecida por participações em produções do SBT, estava internada em estado gravíssimo no Hospital Geral de Grajaú, em São Paulo, desde segunda-feira (28), após os médicos identificarem uma mancha incomum em seu cérebro.
O óbito foi confirmado às 16h55 do dia 2 de maio de 2025, conforme comunicado oficial emitido pela instituição de saúde, assinado por Thiago Rizzo, gerente médico do hospital. A causa da morte — morte encefálica — levanta dúvidas entre muitas pessoas, especialmente em momentos de grande comoção.
O que é morte encefálica?
A morte encefálica, também conhecida como morte cerebral, ocorre quando há uma lesão definitiva e irreversível no encéfalo — que inclui o cérebro e o tronco cerebral. Trata-se de um quadro clínico em que não há mais atividade cerebral, e, portanto, o paciente é considerado morto do ponto de vista neurológico, mesmo que outros órgãos ainda possam apresentar funcionamento temporário com o auxílio de aparelhos.
O neurocirurgião Fernando Gomes explicou à CNN que, após a morte do encéfalo, os demais órgãos continuam funcionando por um curto período de tempo, graças a intervenções como a ventilação mecânica e o uso de medicamentos vasoativos, que mantêm a pressão arterial.
Além disso, em alguns casos, é necessário administrar hormônios para evitar desequilíbrios, como a perda excessiva de líquidos, mas esse suporte é limitado. Com o passar do tempo, os órgãos inevitavelmente cessam suas funções.
Morte encefálica é irreversível
O neurocirurgião Guilherme Lepski, do Hospital das Clínicas e do Instituto de Neurocirurgia de São Paulo, reforça que a morte encefálica é um estado irreversível, e não deve ser confundida com outras condições. Ele alerta para o risco de desinformação: “Está errado falar que a morte encefálica foi declarada e depois revertida. Isso é uma desinformação grave, que pode levar a população a interpretar que morte encefálica é uma coisa reversível”, afirmou em entrevista à CNN.
Comunicado oficial do Hospital Geral do Grajaú
“O Hospital Geral do Grajaú informa, com profundo pesar, que foi confirmada, às 16h55 de hoje (02), a morte encefálica da paciente Millena Brandão, que deu entrada nesta unidade em estado gravíssimo no dia 29/04/2025, transferida da Unidade de Pronto Atendimento Maria Antonieta (UPA).
Desde a sua chegada, a paciente recebeu cuidados intensivos e todo o empenho da equipe médica e assistencial, que não mediu esforços para preservar sua vida.
A confirmação do diagnóstico ocorreu após rigoroso cumprimento do protocolo estabelecido para esses casos.
A família esteve acompanhando cada etapa do cuidado, sendo mantida informada com respeito, acolhimento e todo o apoio necessário neste momento de profunda dor.
Nos solidarizamos com os familiares e reafirmamos nosso compromisso com um cuidado digno e humano.
Thiago Rizzo
Gerente Médico
Hospital Geral do Grajaú.”