A Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) atualizou suas diretrizes e passou a recomendar o início do rastreamento para diabetes tipo 2 em adultos a partir dos 35 anos, mesmo na ausência de sintomas ou fatores de risco. A mudança visa identificar precocemente casos da doença e de pré-diabetes, ampliando as possibilidades de intervenção precoce.
A nova diretriz, publicada na revista Diabetology & Metabolic Syndrome, expande o público-alvo da triagem e altera os testes laboratoriais indicados, além de incluir recomendações específicas para crianças e adolescentes, em função do aumento de diagnósticos em faixas etárias mais jovens. O documento também passa a sugerir o rastreamento em indivíduos entre 18 e 34 anos com sobrepeso, obesidade ou fatores de risco como histórico familiar de diabetes, hipertensão, sedentarismo, dislipidemia, síndrome dos ovários policísticos e diabetes gestacional.
Entre as principais atualizações está a recomendação do teste oral de tolerância à glicose (TOTG) com duração de uma hora como método preferencial de diagnóstico em casos com suspeita clínica, mesmo que os testes de glicemia de jejum e hemoglobina glicada estejam normais.
O rastreamento precoce é essencial para evitar complicações como doenças cardiovasculares, nefropatias, alterações visuais e neuropatias. A frequência dos exames varia conforme o risco: pessoas com exames normais e baixo risco devem repetir a triagem a cada três anos; indivíduos com múltiplos fatores de risco ou diagnóstico de pré-diabetes devem ser reavaliados anualmente. Nos casos com resultados alterados, a recomendação é repetir os exames em até seis meses.
A SBD também sugere a utilização do questionário FINDRISC, disponível em seu site, como ferramenta de triagem para estimativa do risco de desenvolvimento de diabetes nos próximos dez anos.