A ressonância magnética de mamas passa a integrar a lista de exames disponibilizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A mudança foi oficializada pela Portaria SAES/MS nº 2.632, publicada no Diário Oficial da União no início deste mês, e representa um avanço importante no rastreamento e diagnóstico precoce do câncer de mama, especialmente para pacientes de alto risco.
Entre os principais grupos beneficiados estão mulheres com lesões suspeitas após biópsia, aquelas que passaram por radioterapia torácica entre os 10 e 30 anos de idade, e pessoas com mutações nos genes BRCA1 e BRCA2, que elevam significativamente o risco de desenvolver câncer de mama e ovário.
De acordo com a mastologista Rosemar Rahal, diretora da Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), cerca de 20% dos casos diagnosticados no Brasil são de origem hereditária. Para esses casos, a ressonância magnética se torna uma ferramenta essencial no processo de investigação e definição de condutas profiláticas, como mastectomias preventivas ou início precoce de tratamentos medicamentosos específicos.
A ressonância magnética é uma técnica avançada de imagem que permite a visualização detalhada das estruturas das mamas e axilas. Ela é indicada não apenas para rastreamento em pacientes de alto risco, mas também em situações em que mamografia e ultrassonografia são inconclusivas, além da avaliação de extensão tumoral, detecção de carcinoma oculto, investigação de recorrências e avaliação de implantes mamários com suspeitas de complicação.
A mastologista Annamaria Massahud Rodrigues dos Santos, secretária-adjunta da SBM, destaca que a literatura médica considera a ressonância um recurso de alto valor diagnóstico, especialmente em casos como o carcinoma lobular invasivo.
“Estamos diante de mais um avanço no enfrentamento do câncer de mama no Brasil”, afirma Rosemar Rahal, reforçando que o acesso a exames complementares na rede pública impacta diretamente na sobrevida das pacientes, principalmente pela detecção precoce da doença.